sábado, 24 de junho de 2006

O Submarino


Fui ontem. Teatro Tivoli. 21h30. 2ª fila. Casa cheia. A companhia boa. Alguns vizinhos... muito indelicados... Tinha ao meu lado um senhor que não parou de suspirar a peça toda, mesmo com ar de quem só tinha ido porque a mulher o obrigou. A mulher, essa, não parou de refilar porque já eram 21h32 e ainda estava gente a entrar na sala. É o chamado e eu tudo bem...
Acalma-se tudo, entram Teresa Guilherme e Miguel Falabella em cena.
Sinto um telemovél vibrar atrás de mim. Sinto novamente. E volto a sentir. Até que oiço num tom sussurrado "'Tou no teatro, blá, blá, blá, blá".
I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L! É sempre inacreditável, mas especialmente no teatro, sentado na 3ª fila! Cromo...!


Mas enfim, falando de coisas mais importantes. A peça foi boa, deu para rir, deu quase para ter uma lágrima no olho e deu para ter uma lágrima no olho de tanto rir quando o Fallabela diz uma que ninguém repara que não era assim e ele próprio diz que não consegue acertar com aquela deixa. Risada geral no público, no palco, e de certeza em quem tivesse nos bastidores.
Já os tinha visto aos dois em peças de teatro. Ele com Cláudia Raia numa "Batalha de Arroz Num Ringue Para Dois", ela com 3 super-actrizes n'"A Partilha".
Gostei do entendimento entre eles que me transportou para um filme.
Pode-vos parecer estranho mas normalmente no teatro, quando a peça me absorve tenho a sensação de estar a ver aquilo numa tela enorme. Em momentos de mudança de cenário às vezes dou por mim a pensar "Caraças... Estou no teatro, não no cinema... =)"
Reparei que era assim que catalogava as peças quando uma vez, numa peça, não diria má, mas desinteressante, dei por mim mais interessada nos os bastidores... Como deveria ser, quantas pessoas, a confusão.. A peça? Foi passando...
Portanto, a partir desse dia comecei a ter uma classificação muito minha =)
Vai desde o grau de bastidores (correspondendo ao desinteressante) até ao grau cinematográfico.
Esta peça, talvez pelos actores, talvez pelo texto, talvez pelo conjunto, valeu a pena! Para quem vai à espera de uma peça soft ainda somos surpreendidos. Sai de lá a pensar nalgumas coisas. Gosto destas peças assim...
E como diria "Rita" em conversa com "César"...


"O casamento é como um submarino. Até flutua, mas foi feito para afundar"

1 comentário:

Inês disse...

Essa imagem perturba-me... muito... :s